terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobre o encerramento do cinema King



O cinema King (Lisboa) era um cinema histórico e que muitas saudades a todos vai deixar. Como é natural, gostaria que o mesmo não tivesse de encerrar portas e pudesse continuar a servir o seu propósito. Contudo, as Instituições não são, gostemos ou não, eternas. Sim: É penoso ver um cinema histórico fechar. Mas o que mais me incomoda nesta situação não é o encerro per se mas antes a actual total ausência de uma Política Cultural. Política não é andar a dar beijinhos nas praças ou a inaugurar autoestradas. Política, - neste caso Política Cultural - é assegurar condições à nossa comunidade para que esta possa reinventar-se, refazer-se e reconstruir-se. Garantir que, se hoje o cinema King fechou, amanhã outro projecto cultural se levantará. É garantir que a Cultura permanece e resiste às vagas da ignorância, insensatez, mediocridade - tal como, sabiamente, nos preparamos para resistir à doença através de uma conduta (Política!) saudável. 

Não é o caso presente. De facto, uma tal Política - transparente, aberta e não-sectária - é algo que, infelizmente, há muito não vemos por estas paragens. E, assim, o derramento cultural prossegue: Fechou o King, a Cinemateca está em risco e aqui e acolá projectos de cariz duvidoso e sectário continuam habilmente a ser apoiados e financiados. 

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